terça-feira, 13 de novembro de 2007

carta de amor, quotidiano e outras estórias

antes de mais digo: não há lugar no espaço do coração para a amarga palavra derrota. Assim como quem diz: amo-te. e quero-te hoje. quero-te amanhã. e as palavras são como a eternidade ou a palavra: eternidade.

antes de mais digo: não há lugar no espaço que ocupamos para a palavra outro. Assim como quem diz: procuro, ainda que de forma imbecil, a intimidade do teu corpo e da tua alma. e a palavra, como intimidade volante.

antes de mais digo: não há lugar para o nada dentro do tudo. Assim como quem diz: já estou farto de mil e uma coisas. a palavra é: nós.

antes de mais (ou depois de tudo) digo: ainda há espaço no lugar que deixamos para nos aninharmos juntos, esquecidos, indiferentes, felizes.

depois de tudo digo: ainda és tu no lugar do sonho. Assim como quem diz: amo-te. descontroladamente. deficientemente. erradamente, tantas vezes. distantemente, ainda muitas vezes. amo-te. no lugar aqui. no interior da casa-sonho dos nossos sonhos.

ainda digo: são infinitas coisas, mas para nós continua a ser apenas necessário um lugar: o lugar. aqui.